O outono começou e, com ele, as doenças respiratórias tornam-se mais frequentes. A gripe, a mais comum delas, é causada pelo vírus influenza. Este vírus e se apresenta em vários subtipos, entre eles o A-H1N1, causador da pandemia de gripe suína em 2009. Em 2016, de forma mais precoce que o usual, foi percebido um aumento de casos de influenza no interior de São Paulo, principalmente relacionados ao subtipo H1N1.
A imunização continua sendo a forma mais eficaz de prevenção contra a gripe. A composição das vacinas é atualizada anualmente de acordo com as recomendações do Organização Mundial de Saúde, já que a cada ano cepas diferentes circulam entre os continentes. No Brasil, há duas vacinas disponíveis, a quadrivalente que protege contra dois subtipos A, sendo um deles o H1N1 e dois subtipos B. Já a vacina trivalente protege contra os mesmos dois subtipos A, mas apenas um subtipo B.
A vacina é recomendada para todas as crianças a partir dos 6 meses de idade. Quando administrada pela primeira vez em crianças menores de 9 anos, deve-se aplicar duas doses com intervalo de 30 dias. A partir da segunda dose, não é mais necessária essa complementação. Desde que disponível, a vacina influenza quadrivalente é preferível à vacina influenza trivalente.
A vacina quadrivalente é disponibilizada apenas na rede privada, enquanto a trivalente é disponibilizada pelo SUS para os grupos que tem mais risco de complicações da gripe: crianças com menos de cinco anos, adultos com mais de 60 anos, gestantes, portadores de doenças crônicas, imunodeprimidos e obesos. A campanha de vacinação da rede pública está prevista para ocorrer entre 30 de abril e 20 de maio, segundo a Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
Vale lembrar que vacina não causa gripe, pois ela contém somente partículas do vírus. Estas partículas vão estimular a produção de anticorpos específicos para combater a doença. Também é importante ressaltar que a pessoa que recebe a vacina fica imunizada por cerca de um ano.
Além da vacina, medidas de prevenção devem ser adotadas para evitar a infecção por influenza. Lavar sempre as mãos e evitar tocar olhos nariz e boca são medidas efetivas, assim como evitar aglomerações, que sempre favorecem a disseminação de doenças com transmissão respiratória.
Adelino de Melo Freire Junior é coordenador do serviço de infectologia do Hospital Felício Rocho e gerente de Vacinas do Laboratório São Marcos. Ele faz parte da equipe da Clínica Atentia.
—