1) O que é cefaléia?
Cefaléia nada mais é do que o termo científico, a palavra que os médicos usam para dor de cabeça. Significam absolutamente a mesma coisa.
2) Enxaqueca e cefaléia são a mesma coisa?
Não. Enxaqueca é apenas um dos quase 300 tipos de cefaléia já descritos, porém a mais conhecida e uma das mais frequentes.
3) Quais são as características mais comuns das enxaquecas?
Normalmente a dor dura de 4 a 72 horas (se não tratada), pode acometer só um lado da cabeça ou a cabeça toda, geralmente pulsátil (“latejando”), mas pode também ser em peso ou pressão. Pode vir acompanhada de náuseas e/ou vômitos, intolerância à luz, barulho, cheiros e movimentos.
4) O que pode desencadear uma crise de enxaqueca?
Os fatores desencadeantes são inúmeros e variam de pessoa para pessoa. Os mais importantes são:
– Estresse físico e/ou emocional (ficar tenso ou ansioso por qualquer razão)
– Privação de sono ou sono prolongado
– Jejum prolongado ou “pular” refeições
– Mudanças bruscas de temperatura
– Ingestão de determinados alimentos: chocolate, frutas cítricas, embutidos, queijos amarelos, bebidas alcoólicas (sobretudo vinho tinto), aspartame, molhos vermelhos, glutamato monossódico
– Exposição a ruídos muito altos ou odores fortes.
– Nas mulheres mudanças hormonais do período menstrual
5) O que pode acontecer se eu usar analgésicos diariamente?
O uso de analgésicos não deve ultrapassar 2 dias por semana. O uso mais frequente pode contribuir para que uma cefaléia eventual se torne diária. Quando as crises são frequentes deverá ser feito um tratamento com um medicamento preventivo. Existem vários e provavelmente cada um é indicado para um perfil específico de paciente. O objetivo do tratamento é fazer com que as crises se tornem cada vez mais espaçadas e de menor intensidade
6) Basta tomar o medicamento preventivo e obterei bons resultados com o tratamento?
Provavelmente não. Para melhorar de verdade é fundamental evitar os fatores desencadeantes das crises e melhorar ao máximo a qualidade de vida. Na prática isso significa reduzir o estresse, fazer atividades físicas regulares, dormir bem e ter boa alimentação. A isto damos o nome de tratamento não medicamentoso.
7) Existe relação entre enxaqueca e sinusite?
Há uma tremenda confusão entre enxaqueca e sinusite. Sinusite aguda também pode causar cefaléia, mas são doenças diferentes. Em geral nas sinusites temos, além da dor de cabeça, tosse, febre, coriza, ou seja, confundem-se muito com estados gripais.
8) Tratamento preventivo de enxaqueca é para a vida toda?
Certamente não. Mas enxaqueca é uma doença crônica como outras (ex. asma, diabetes, hipotireoidismo) e portanto para um resultado adequado a medicação deverá ser usada por alguns meses, às vezes por alguns anos. O tempo de tratamento depende de fatores específicos de cada paciente, entre eles a capacidade de aderir bem às medidas não medicamentosas.
9) Todas as pessoas com enxaqueca necessitam de tratamento preventivo?
Não. Medicação de uso contínuo é necessária para pessoas que tem crises frequentes e/ou intensas. Para os pacientes que apresentam crises esporádicas e de leve ou moderada intensidade normalmente são suficientes os medicamentos usados apenas para abortar as crises. Dentre eles temos diversas opções, algumas com contra-indicações importantes, portanto o uso deve sempre ser orientado por médico.
10) Botox (toxina botulínica) para enxaqueca funciona?
Em casos selecionados sim. Nunca deve ser usado como a primeira escolha de tratamento. O uso da toxina botulínica apresenta efeito estatisticamente comprovado, é seguro e viável, mas precisa ser feito pro profissional com experiência na área.
Fontes: 1) Academia Brasileira de Neurologia
2) Dor de Cabeça, o que ela quer com você? Dr. Mario Peres, 2008